24 de dezembro de 2008

Lilac Wine

Ainda bem que apesar de todas as tempestades que têm vindo à tona nos últimos tempos, bons momentos resolveram aparecer...Na paisagem tão cinzenta - a lilac tree - uma árvore lilás, tem surgido e me mostrado que acreditar é sempre necessário, pra que não nos fechemos e percamos as boas coisas da vida...E estas, sempre serão possíveis e sempre surgirão após as grandes tormentas.
De um momento pra outro, você conhece alguém que também sabe dar boas risadas do trágico e do cômico que há pra se ver neste mundo, alguém que sabe aproveitar uma boa música e ouvi-la de dentro pra fora, alguém que sabe o valor de uma boa bebida pra tornar a vida mais leve, e faço uma observação de que boa bebida definitivamente não inclui vodka rs, já que esta nos causa verdadeira aversão, alguém que você passa horas conversando e o assunto nunca termina, alguém que sabe a importância de um abraço e que também tenha verdadeira cegueira diurna rsrs, alguém que definitivamente sabe o quanto é prazeroso passar horas e madrugadas em claro ao lado de alguém que se torna especial. Alguém que faz falta, muita falta...
E antes que eu precise de uma overdose de doritos e toddynho rsrs vou terminar esse post com o grande e eterno Jeff Buckley, com essa música linda e que me traz tão boas lembranças...E essa música é pra ti, sem dúvida nenhuma...E pra este céu cinzento que cobre esta nossa cidade tão alternativa rsrs possa se tornar um pouco lilás também...

Sinto sua falta...
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13 de dezembro de 2008

Dama de ferro


Viver é uma viagem solitária...Por mais que exista uma multidão ao nosso lado, estamos sempre sozinhos em nossas escolhas e opções. Nosso caminho é só nosso e ninguém poderá percorre-lo em nosso lugar.
E de repente percebemos que temos valores, damos o nosso melhor e resolver aliviar um pouco o caminho de pessoas que gostamos tentando arrancar alguma pedra de seus caminhos...e somos pegos de surpresa, quando vemos a mesma pedra quando nos é arremessada pelas costas. Não, confiar não é possível...E só nos resta nos conformarmos com a solidão intensa e eterna a que estamos confinados neutral...
Acredito que as punhaladas tenham sido tão intensas, que perdi grande parte da sensibilidade diante das tragédias, me choco cada vez menos e me dessensibilizo aos poucos no infinito...Deixo de me importar, de sentir, de acreditar, de esperar. Mas ainda não me tornei estátua de pedra, continuo sendo dama de ferro, guerreira incessante nesses tempos de caos, creio que a maldição do século 21 não se abateu ainda sobre mim por completo...Sim, ainda acredito em amizade, amor e lealdade, embora sejam estes ecos que eu repita sem respostas na caverna escura da vida...
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8 de dezembro de 2008

...mais um Vôo

Eis a época do ano em que nos questionamos sobre tudo...Sobre o que fizemos, o que gostaríamos de ter feito e o que faremos...São tantas perguntas e poucas respostas, provavelmente porque a maior das respostas é como vivemos, como formulamos as questões, como suportamos a ansiedade da dúvida.
Nos sentimos frágeis feito cristal e como as asas de uma borboleta...E de repente, vêm as tempestades ainda mais fortes e descobrimos que somos feitos de aço e que a borboleta frágil era a outra face da fênix, capaz de suportar água e fogo, tempo e destino.
E assim me ergo nas dores causadas pelos cascalhos dessa estrada de 2008, meu mundo e minha escola, minha jornada evolutiva. E feliz por não ter perecido, mas ainda mais por ter vencido mais um passo de forma honrada e leal...À mim, à Lei, à Justiça, à Deus, à Vida.
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16 de novembro de 2008

Universos Paralelos

Eu diria que o divã desta imagem seria ótimo para uma terapia de casais onde o tema é: DIVÓRCIO e SE-PARA-AÇÃO...Esta última palavra define bem a coisa, onde começam a usar a palavra SE para se tomar uma AÇÃO ou atitude diante de uma situação conflituosa, onde são comparados e imaginados todos os momentos ANTES e DEPOIS. Sim, exatamente iguais àquelas fotos colocadas em revistas para demonstração de maquiagens e penteados, "veja como ficou nossa modelo ANTES e DEPOIS"!
Mas, no entanto, relacionamentos não são tão simples e pessoas não são objetos de decoração que você coloca e retira de um ambiente e olha como ficou o resultado, mudando a cor da parede se for necessário. Pessoas são mundos, personalidades, marcas que ficam gravadas em forma de palavras, lembranças que permanecem, outras que se esvanecem em partes, mas são sempre perfumes que uma flor ou outra numa estação longínqua nos trarão à lembrança mesmo que o consciente grite lancinante: ESQUEÇA, VÁ, SUMA DE MEUS DOMÍNIOS!
Gostamos da sensação confortável de ser nós mesmos, então por que limitar o outro, tentando engendrá-lo em nossas expectativas e aprisioná-lo em nosso espelho? É melhor deixá-lo livre pra ser quem ele é, pra tornar-se o que é capaz de ser, e só assim termos certeza se queremos ou não compartilhar de seu mundo, COMPARTILHAR sem INVADIR, ser PARTE e não o TODO. Livre, ele poderá observar sobrevoando de seu próprio céu, o nosso mundo e sentir se somos uma parte que lhe falta, uma parte sem a qual seu mundo não seria tão pleno ou se éramos apenas bárbaros tentando roubar-lhe as cores do arco-íris...
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27 de outubro de 2008

Solidão

"Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência!

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade!

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio!

Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe
compulsoriamente... Isto é um princípio da natureza!

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância!

Solidão é muito mais do que isto... SOLIDÃO é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma."

[TRECHO DE UMA ENTREVISTA DO CHICO BUARQUE, ONDE ELE DEFINIU "SOLIDÃO"]
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10 de outubro de 2008

10 Outubro - Dia Mundial da Saúde Mental!!

Dez Orientações Tendenciais Para uma Nova Klínica
Para desenvolver uma klínica do klinamen e da diferença, quer dizer, do desvio inventivo, e não uma clínica-padrão clinos passivo, com algumas variedades codificadas, é preciso criticar e recriar todas as suas dimensões.
É recomendável adotar um paradigma clínico prevalentemente ético, estético e político, ou seja, artístico, em lugar de um prevalentemente científico e/ou místico, ainda que estes últimos não estejam radicalmente excluídos.
É recomendável gerar e aplicar incessantemente uma teoria transcognitiva, exposta em discursos e semióticas variáveis, que seja capaz de dar conta da universalização de singulares e não da generalização de particulares.
É recomendável que essa teoria seja inseparável de intervenções guiadas mais por logísticas, estratégias, manobras e táticas páticas que por métodos e técnicas racionalizadas.
É recomendável a crítica e reinvenção contínuas da profissionalidade e da especificidade que haverão de tender a se tornarem cada vez mais modalidades de heterogêneses e de militância, involucrando a multiplicação dramática dos dispositivos de teorização e de intervenção. Trata-se de definir a prevenção como uma aliança para a plena realização da Vida, os transtornos como dificuldades existenciais, o tratamento como a atualização das virtualidades de que se dispõe e a reabilitação como a transmutação crítica dos mundos aos quais se pertence.
É recomendável que os dispositivos e recursos teóricos sejam empregados prevalentemente em sua dimensão pragmática, e que os agenciamentos interventivos se aproximem cada vez mais dos âmbitos e práticas da cotidianidade do trabalho, da educação, do lazer, etc.
É recomendável que os prestadores de serviços e os usuários dos mesmos se beneficiem constantemente de uma atenção igualmente ativa e recíproca no processo klínico, sendo que o mesmo tenderá a ser cada vez mais coletivo, menos especializado e hierarquizado, assim como mais incorporado à existência diária.
É recomendável que se assuma que só estamos “enfermos” porque os ubíquos processos polimorfos de exploração, de dominação e de mistificação nos fixam em identidades e funções necessárias para a vigência de tais processos. Para poder “desmascarar-nos” dessas fixações, é preciso devir e acontecer infinitos “outros” (naturais, sociais, subjetivos e maquínicos) inumeráveis modos de forma e substância, conteúdo e expressão.
É recomendável enfatizar que o processo produtivo do qual somos parte é onipotente e inesgotável e que o mesmo está coartado, reprimido, acelerado ao infinito, ou capturado, ou recuperado, pela reprodução e pela antiprodução, cujos modelos dominantes são o Estado e o Mercado, dos quais somos peças. Assim, dito em um sentido muito amplo e polivalente, klínicos serão todos os procedimentos destinados a liberar-nos desses modelos dominantes para re-singularizar-nos continuamente.
É recomendável ter em conta que todas as operações próprias do processo de produção podem entender-se e protagonizarem-se como dramatizações. Dramatização está aqui dito como sinônimo de todas as modalidades inventáveis de devir como realidades e de acontecer como sentidos drasticamente novos. Nesta acepção, dramatizar pode entender-se como inventar e inventar-se, produzir, revolucionar e... por que não?.... Klinicar!
Da profissionalidade e das especificidades, que tenderão a se tornar cada vez mais modalidades de heterogêneses e de militância, involucrando a multiplicação dramática dos dispositivos de teorização e de intervenção. Trata-se de definir a prevenção como uma aliança para a plena realização da Vida, os transtornos como dificuldades existenciais, o tratamento como a atualização das virtualidades de que se dispõe e a reabilitação como a transmutação crítica dos mundos aos quais se pertence.
É recomendável que os dispositivos e recursos teóricos sejam empregados prevalentemente em sua dimensão pragmática, e que os agenciamentos interventivos se aproximem cada vez mais dos âmbitos e práticas da cotidianidade do trabalho, da educação, do lazer, etc.
É recomendável que os prestadores de serviços e os usuários dos mesmos se beneficiem constantemente de uma atenção igualmente ativa e recíproca no processo klínico, sendo que o mesmo tenderá a ser cada vez mais coletivo, menos especializado e hierarquizado, assim como mais incorporado à existência diária.
É recomendável que se assuma que só estamos “enfermos” porque os ubíquos processos polimorfos de exploração de dominação e de mistificação nos fixam em identidades e funções necessárias para a vigência de tais processos. Para poder “desmarcarar-nos” dessas fixações, é preciso devir e acontecer infinitos “outros” (naturais, sociais, subjetivos e maquínicos) inumeráveis modos de forma e substância, conteúdo e expressão.
É recomendável enfatizar que o processo produtivo do qual somos parte é onipotente e inesgotável e que o mesmo está coartado, reprimido, acelerado ao infinito, ou capturado, ou recuperado, pela reprodução e a antiprodução cujos modelos dominantes são o Estado e o Mercado, do qual somos peças. Assim, dito em um sentido muito amplo e polivalente, klínicos serão todos os procedimentos destinados a liberar-nos desses modelos dominantes para re-singularizar-nos continuamente.
É recomendável ter em conta que todas as operações próprias do processo de produção podem entender-se e protagonizarem-se como dramatizações. Dramatização está aqui dito como sinônimo de todas as modalidades inventáveis de devir como realidades e de acontecer como sentidos drasticamente novos. Nesta acepção, dramatizar pode ser entendido como inventar e inventar-se, produzir, revolucionar e... Por que não?.... Klinicar?
Texto de Gregório F. Baremblitt
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9 de outubro de 2008

Zombie Land

Eis um daqueles dias [ontem] que se acorda sem entender e se vai dormir entendendo menos ainda...O típico dia em que acordo tarde, querendo não sair da cama e me lastimando por ter saído...
E o belo ritual paulistano, metrópole desenfreada, todos correndo sem saber em direção a que, porque o caminho já está tão automatizado no mental que nem se repara, típico Zombie Walking...e pior, sem um Johnny Walker pra estimular a caminhada. Um frio daqueles, totalmente no sense em plena primavera, com uma garoa fina pra coroar o gélido das relações.
Chego em horário de pico no metrô Anhangabaú como de costume, a fila imensa parece um rebanho de gado indo pro abate ou tentando abater quem está na frente do percurso, lá dentro a adrenalina de sempre, arrastão pra dentro do metrô...E foi mesmo empolgante tentar descer numa estação e não conseguir e só conseguir depois de 3 estações da que eu desejava, tendo que voltar todo o percurso, pra só então fazer baldeação pra chegar no meu destino...E a minha paciência até que anda muito de Jó...Pressa pra quê? Não mesmo, vou andar um passo de cada vez e ver aonde a vida me leva ou eu consigo levá-la...
Mas enfim, impera o vácuo que não consegui desvendar e aguardo até ter alguma resposta...pra ver se arranco de cima da minha cabeça estes pontos de interrogação que mais parecem urubus famintos...É, concordo que não estou de muito bom humor...confused
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3 de outubro de 2008

...na estrada de tijolos amarelos


Não há vítimas. Somos sempre senhores de nossas próprias vidas, temos nossas escolhas e nosso livre-arbítrio de seguirmos um caminho e não outro. E o peso nunca é maior do que temos capacidade para carregar. O difícil é o trajeto, o processo, o aprender a ver a vida e as pessoas de outras formas, inventar mil formas de vivenciá-la, buscar forças não lá fora, mas sim dentro de nós. Pois eis nosso caminho, nossa vida e nosso destino e ninguém pode vivê-lo por nós. Seremos sempre anjos e/ou algozes de nós mesmos...E a guerra mais árdua de se vencer, não é aquela cujos inimigos estão fora, mas sim aquela onde os inimigos estão dentro. Que saibamos a vencer a nós mesmos, antes de erguermos nossos olhos prepotentemente contra um outro...evil
Não vou deixar de sentir, não vou sair por aí procurando um coração como se fosse o homem de lata, eu já tenho o meu e é ele quem eu levarei pra passear em minhas andanças, uma hora ele me guia, outra eu digo a ele que trajeto seguir...E nos complementamos, mente e coração, corpo e alma, fogo e água...
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29 de setembro de 2008

Ser ou não ser...

Em um mundo onde não conhecemos a nós mesmos, ou melhor dizendo, não temos consciência de quem somos por completo, como ter a prepotência de achar que conhecemos as pessoas?eek Se não conhecemos a nós mesmos, como confiar totalmente ou ter plena segurança de que faremos algo de uma forma e não de outra? Sendo assim, como confiar nos outros que são outros tão desconhecidos quanto nós mesmos? Talvez seja por serem tão desconhecidos quanto nós mesmos, é que arriscamos confiar neles, assim como arriscamos confiar em nós mesmos.
Há coisas que não se explicam, mas nos questionamos sempre...O mistério do entorpecimento do não-saber, esta sensação que nos faz sentir confortáveis mesmo que temporariamente. Talvez não saibamos quem somos, porque estamos sempre sendo...
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haha


Isto sim é uma dupla satisfação da fase oral...
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26 de setembro de 2008

tum tuns...


Eu queria neste momento uma daquelas paisagens inesquecíveis, como que feitas a pincel, aquelas que nos marcam para todo o sempre e sempre retornam em nossos silêncios. Gostaria de me deitar no divã e ficar observando por horas, longe das imagens de metrópole e sem o clima ainda frio de inverno que passou mas permanece. Quem sabe fazer um mosaico, colando com cada pedacinho daquele lugar as dores dos amores que não podem ser mas são, das saudades que não se ausentam e da ansiedade imanente em cada alma humana que anseia que as coisas mudem de paisagem...
O bom da intensidade é que por mais que desejemos que algo seja arrancado de dentro da alma dos nossos sentimentos, mais ele cria raízes e floresce profundo, provavelmente regado com nossas lágrimas...Rosa vermelha do meu ser, ligada a meu próprio sangue, ó sentimento insistente, é ti que cultivo e venero dentro de meus templos abissais!wink
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25 de setembro de 2008

Remédio para todos os males...


Eis que o AMOR é uma força assim,
que não espera o não e nem mesmo o sim.
Mas tem a força de um vulcão,
acumulando labaredas que precisam explodir
eclodir em palavras imperfeitas que nem mesmo
seu poder conseguem transmitir
Quisera os homens conhecerem o poder de um
"eu te amo", simples e completo
capaz de curar todas as dores, alegrar mil corações
num único sorriso
Ah serás sempre o remédio capaz de trazer mil alegrias,
inundar a alma em poesia e desfalecer em torpor
Somente ti, meu guia e meu destino
oráculo da eternidade,
és tu Ó divino, ó Amor.
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18 de setembro de 2008

ó menina da cachoeira...


Foi no verde das matas, no transbordar das cascatas que provei o néctar da vida, como escrever o sentimento AMOR se nem todo o alfabeto do universo puderam ainda explicar este dom divino? Sou filha do Amor, esta minha Estrela Dourada, que traz em si todos os paradoxos e confusões da alma humana, pois jamais senti distância profunda entre amor e dor. Ao ver alma querida, sinto-me brotar a Vida e minha estrela brilha como farol a guiar os barcos dos pescadores, pescadores de Amor que somos, tão perdidos ficamos sem teu brilho e fervor. Mas eis que o Amor na Terra ainda é feito uma noz dentro da casca dura, uma fonte de lágrimas. Eu filha menina desse dom, sinto-me vazia se não o tenho, e o busco dentro dos caracóis escondidos que a vida nos traz, mas se não o sinto não tenho paz. Às vezes se me entrego a tristeza, sinto Seu Pranto junto a mim, minha estrela não brilha e sei que minha mãe estrela-guia, que me observa e me espia, em minha alma sempre repete a sinfonia: "ó menina da cachoeira, não sofras assim, tuas lágrimas transbordam os meus rios...Pois quando choras, é por ti que choro e por Mim".
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Que Simpsons eu sou haha

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24 de agosto de 2008

Digitais.

Comparações. Eis um termo que não deveria ser utilizado por nós, por que é tão difícil compreender que somos únicos e que toda comparação que possamos fazer de nós mesmos em relação aos outros, é um grande erro?!
Somos envolvidos por um véu de esquecimento sobre quem realmente somos, ao emergirmos da água lançamos um grito, o primeiro grito. Talvez para anunciarmos que estamos vivos e que fazemos parte desse mundo, ou então, simplesmente porque comparamos os ambientes, dentro e fora d´água. E o novo quase sempre é identificado como negativo, pelo menos a priori.
Somos marcados pelo mundo, mas também nele deixamos nossas marcas, mesmo que muitas vezes pequenas. Mas pequenas, a partir de que ponto de vista? Tamanho, tempo, ritmo, são meras comparações.
Somos ondas no mar das diferenças, ora seguimos o mesmo caminho, ora nos debatemos uns contra os outros, mas mesmo que nossos corpos se dividissem em mil pedaços, se fundissem, multiplicasse, jamais deixaríamos de ser quem somos. Unicidade. Um único que não permanece, uma eterna mutação, a Dinâmica da Vida.
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9 de agosto de 2008

Bolinhos de Bebês

Bom, vou postar esse trecho que plagiei da perfil de orkut de um amigo, porque achei GENIAL e porque eu achei SUPER clima de Dia dos Pais...Lá vai:
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Alguns anos atrás, todos os animais foram embora.
Acordamos uma manhã e eles simplesmente não estavam mais lá.
Nem mesmo nos deixaram um bilhete ou disseram adeus.
Nunca conseguimos saber ao certo para onde foram.
Sentimos sua falta.
Alguns de nós pensaram que o mundo tinha se acabado, mas não tinha. Só que não havia mais animais.

Não havia gatos ou coelhos, cachorros ou baleias, não havia peixes nos mares, nem pássaros nos céus. Estávamos sós.
Não sabíamos o que fazer.

Vagueamos por aí, perdidos por um tempo, e então alguém observou que, só porque não tínhamos mais animais, não havia motivo para mudar nossas vidas. Não havia razão para mudar nossa dieta ou parar de testar produtos que podem nos fazer mal. Afinal de contas, ainda havia os bebês.

Bebês não falam. Mal podem se mexer. O bebê não é uma criatura racional, pensante.

Fizemos bebês. E os usamos. Alguns deles, comemos. Carne de bebê é tenra e suculenta. Esfolamos suas peles e nos enfeitamos com elas. Couro de bebê é macio e confortável.

Alguns deles, usamos em testes.
Mantínhamos seus olhos abertos com fitas adesivas e pingávamos detergentes e shampoos neles, uma gota de cada vez. Nós os marcamos e os escaldamos. Nós os queimamos. Nós os prendemos com braçadeiras e plantamos eletrodos em seus cérebros. Enxertamos, congelamos e irradiamos.

Os bebês respiravam nossa fumaça e, na veias dos bebês, fluíam nossos remédios e drogas, até eles pararem de respirar ou até o sangue deles não correr mais.

Era duro, é claro, mas necessário.
Ninguém podia negar isso. Com a partida dos animais, o que mais podíamos fazer?

Algumas pessoas reclamaram, claro. Mas elas sempre fazem isso.
E tudo voltou ao normal. Só que...
Ontem, todos os bebês se foram.
Não sabemos para onde. Nem mesmo os vimos partir. Não sabemos o que vamos fazer sem eles.

Mas pensaremos em algo. Humanos são espertos. É o que nos faz superiores aos animais e aos bebês.

Vamos bolar alguma coisa...

NEIL GAILMAN
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31 de julho de 2008

Prefácio


Devo ficar alguns dias fora...Fora do ar, fora da rotina, fora de mim, não sei...Só sei que quero estar fora, bem fora daqui. Quero respirar fundo para um novo ritmo de vida, sonhar, manter a essência e aceitar o novo que me aguarda. Dessa vez as coisas serão diferentes, quero olhar a chuva lá fora batendo na janela e saber que ela não significa lágrimas, não desta vez, mas sim a fonte de um recomeço. Te aguardo em meu destino, as letras do teu nome foram escritas em dourado nestas páginas, com fontes acima de qualquer compreensão e distantes de qualquer divagação lógico-racional...Por que? Pois é assim que se escreve o ETERNO.
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28 de julho de 2008

Mosaico.


Hoje o dia amanheceu cinza, mas talvez só para mim que tranquei a beleza do amanhecer em algum lugar longínquo e adormeci no baú de sonos profundos...E nada sonhei. Despertei numa quase noite, aquela hora em que você percebe o dia indo embora e na verdade deseja que ele já tivesse terminado.
E não é dor o que você sente, somente uma longa espera. Você espera que o vento leve pra longe essa angústia e lhe traga novos sabores, já antigos pra você, e que prove que cada lágrima teve alguma razão de ser. Você olha no espelho e não sabe o que vê, não sabe o que está ali ou além daqueles cacos. Você quer dizer algumas palavras que assine algum pacto de sangue feito num passado que você não conhece...Quer quebrar esta imagem refletida e voar pra bem longe das feridas, mas você nada diz. Você espera...
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22 de julho de 2008

Não tem preço!!

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21 de julho de 2008

Dentro.


Busco rosas num jardim de espinhos...rosas de dentro, por fora seriam máscaras e me intoxica este teatro decadente. Onde se encontram as essências das coisas? Só vejo frutas podres que perdem as cascas numa dança infinita. Intensidade, desejo intensidade. É tudo raso. Enfrento a tempestade, que os ventos levem minhas vestes e arranque qualquer vestígio de superficialismo. Que se arranquem as peles, que a carne se mostre e que inunde de lágrimas o que antes era solo seco.
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17 de julho de 2008

Começos, meios e fins.


Como deixar o outono pra trás? Como recomeçar quando sentimos que talvez nunca tenhamos possuído de fato algum começo? Fragmentos. Pedaços isolados de grandes pequenos erros que cremaram em pleno nascimento os fetos da esperança. Esperança passada, diferente desta que agora guardo em meu peito, que embora nova talvez seja ainda formada de fósseis. Já não sei com que pés eu traço meu caminho, não reconheço muitas vezes meus próprios passos, apesar do sangue ser sempre o meu a gotejar nessa estrada. Fotografias rasgadas, dias nublados, apesar das diferentes trilhas o sentimento é o mesmo. O mesmo eco vindo da montanha fria. Quem sabe algum dia, quando se iniciar algum começo, eu possa olhar para trás e reconhecer meus passos no caminho.
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4 de julho de 2008

A Bela Dama Sem Piedade [John Keats 1795 - 1821]

Oh! O que pode estar perturbando você, Cavaleiro em armas,
Sozinho, pálido e vagarosamente passando?
As sebes tem secado às margens do lago,
E nenhum pássaro canta.

Oh! O que pode estar perturbando você, Cavaleiro em armas?
Sua face mostra sofrimento e dor.
A toca do esquilo está farta,
E a colheita está feita.

Eu vejo uma flor em sua fronte,
Úmida de angústia e de febril orvalho,
E em sua face uma rosa sem brilho e frescor
Rapidamente desvanescendo também.

Eu encontrei uma dama nos campos,
Tão linda... uma jovem fada,
Seu cabelo era longo e seus passos tão leves,
E selvagens eram seus olhos.

Eu fiz uma guirlanda para sua cabeça,
E braceletes também, e perfumes em volta;
Ela olhou para mim como se amasse,
E suspirou docemente.

Eu a coloquei sobre meu cavalo e segui,
E nada mais vi durante todo o dia,
Pelos caminhos ela me abraçou, e cantava
Uma canção de fadas.

Ela encontrou para mim raízes de doce alívio,
mel selvagem e orvalho da manhã,
E em uma estranha linguagem ela disse...
\"Verdadeiramente eu te amo.\"

Ela me levou para sua caverna de fada,
E lá ela chorou e soluçou dolorosamente,
E lá eu fechei seus selvagens olhos
Com quatro beijos.

Ela ela cantou docemente para que eu dormisse
E lá eu sonhei...Ah! tão sofridamente!
O último dos sonhos que eu sempre sonhei
Nesta fria borda da colina.

Eu vi pálidos reis e também príncipes,
Pálidos guerreiros, de uma mortal palidez todos eles eram;
Eles gritaram...\"A Bela Dama sem Piedade
Tem você escravizado!\"

Eu vi seus lábios famintos e sombrios,
Abertos em horríveis avisos,
E eu acordei e me encontrei aqui,
Nesta fria borda da colina.

E este é o motivo pelo qual permaneço aqui
Sozinho e vagarosamente passando,
Descuidadamente através das sebes às margens do lago,
E nenhum pássaro canta.
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1 de julho de 2008

Carpe Diem, Carpe Noctem, Carpe VIDA.


Meu conselho de hoje é: Sem futurismos. E o que é isso? Chamo de futurismo a mania tola que temos muitas vezes de racionalizar demais cada segundo de nossas vidas, pensando se a situação em questão será passageira ou durará quanto tempo? Para sempre? SEMPRE é tempo demais e nossos neurônios nem conseguem abstrair tanto tempo assim de uma só vez... O ideal é viver um dia após o outro, ou por que não, um segundo por vez aproveitando cada milímetro de adrenalina e endorfina que ele possa nos proporcionar. O tempo ideal? o AGORA. O passado já se foi e o futuro estará sempre SENDO...Um devir.
A vida é feito um sonho, que inebria enquanto estamos sonhando...Não se pode aproveitar o sonho completamente se já está desperto, o máximo que lhe restaria seriam vagas lembranças...E lembrança? É PASSADO.
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28 de junho de 2008

Armando a catapulta...


Aqui estou eu acordada em um sábado de manhã e não pensem que sou daquelas estilo "Geração Saúde" que acordam cedo em pleno fim de semana. Mais uma noite em claro, nível taxativo de ansiedade 100%, remoendo a idéia de voltar pra Sampa, A Cidade que NUNCA dorme. Sinto tanta falta daquele lugar, onde por mais que você se sinta o ser humano mais solitário da literatura, você é obrigado e violentado a encontrar milhões de pessoas nas ruas, nas calçadas, nos elevadores. Rostos estes que jamais lhe permitiriam condenar-se à clausura. A Cidade Movimento. Onde os sonhos e desejos não param e as atitudes requerem urgências e nos lançam à vida feito catapultas enfurecidas. É preciso mais uma vez de um recomeço, estes parênteses que me vejo obrigada a colocar em minha vida tal como um vício. De fato, se minha vida fosse escrita em papel meus recomeços seriam marcadores de página no estilo "Post It".
Não vou ficar mais esta página sentada embaixo de uma árvore imaginária, vestida de forma bucólica e aguardando a areia da ampulheta escorregar pelo vidro. Se continuasse assim, logo eu estaria ouvindo música country, aqui nesta terra, onde as pessoas se não morrem por causa da violência, no entanto, morrem de tédio.
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21 de junho de 2008

Ay yê yê Oxum!

Salve Oxum...No Sincretismo é representada por Nossa Senhora Aparecida...Oxum é mãe e senhora dos rios, cachoeiras, mãe das águas doces...e por Nossa Senhora Aparecida ter aparecido em um rio, eis o por quê do sincretismo...Ay yê yê O!

As características das(os) filhas(os) de Oxum:

O arquétipo de Oxum é o das mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras. Das mulheres que são símbolos do charme e da beleza. Voluptuosas e sensuais, porém mais reservadas que Oiá. Elas evitam chocar a opinião pública, à qual dão grande importância. Sob sua aparência graciosa e sedutora escondem uma vontade muito forte e um grande desejo de ascensão social.

Versos de Oxum:

No tempo da criação, quando Oxum estava vindo das profundezas do òrun, Olódùmaré confiou-lhe o poder de zelar por cada uma das crianças criadas por Òrisà (Oxàlà), que iriam nascer na terra. Oxum seria a provedora de crianças. Ela deveria fazer com que as crianças permanecessem no ventre de suas mães, assegurando-lhes medicamentos e tratamentos apropriados para evitar abortos e contratempos antes do nascimento, mesmo depois de nascida a criança, até ela não estar dotada de razão e não estar falando alguma língua, o desenvolvimento e a obtenção de sua inteligência estariam sob os cuidados de Oxum. Ela não deveria encolerizar-se com ninguém a fim de não recusar uma criança a um inimigo e dar gravidez a um amigo. A tarefa atribuída a Oxum transforma-a na primeira Ìyá-mí, encarregada de ser a Olùtójú awon omo (aquela que vela por todas as crianças) e a Álàwòyè Omo (aquela de cura as crianças). Oxum não deve vir a ser inimigo(a) de ninguém.


Lenda de Oxum


OXUM (Do livro "Lendas Africanas dos Orixás de Pierre Fatumbi Verger e Carybé - Editora Currupio) Orê Yeyê ô! Oxum era muito bonita, dengosa e vaidosa. Como o são, geralmente, as belas mulheres. Ela gostava de panos vistosos, marrafas de tartaruga e tinha, sobretudo, uma grande paixão pelas jóias de cobre. Este metal era muito precioso, antigamente, na terra dos iorubás. Sí uma mulher elegante possuía jóias de cobre pesadas. Oxum era cliente dos comerciantes de cobre. Omiro wanran wanran wanran omi ro! "A água corre fazendo o ruído dos braceletes de Oxum!" Oxum lavava suas jóias, antes mesmo de lavar suas crianças. Mas tem, entretanto, a reputação de ser uma boa mãe e atende às súplicas das mulheres que desejam ter filhos. Oxum foi a segunda mulher de Xangô. A primeira chamava-se Oiá-Iansã e a terceira Obá. Oxum tem o humor caprichoso e mutável. Alguns dias, suas águas correm aprazíveis e calmas, elas deslizam com graça, frescas e límpidas, entre margens cobertas de brilhante vegetação. Numerosos vãos permitem atravessar de um lado a outro. Outras vezes suas águas, tumultuadas, passam estrondando, cheias de correntezas e torvelinhos, transbordando e inundando campos e florestas. Ninguém poderia atravessar de uma margem à outra, pois ponte nenhuma as ligava. Oxum não toleraria uma tal ousadia! Quando ela está em fúria, ela leva para longe e destrói as canoas que tentam atravessar o rio. Olowu, o rei de Owu, seguido de seu exército, ia para a gerra. Por infelicidade, tinha que atravessar o rio num dia em que este estava encolerizado. Olowu fez a Oxum uma promessa solene, entretanto, mal formulada. Ele declarou: " Se voce baixar o nível de suas águas, para que eu possa atravessar e seguir para a guerra, e se eu voltar vencedor, prometo a você nkan rere", isto é, boas coias. Oxum compreendeu que ele falava de sua mulher, Nkan, filha do rei de Ibadan. Ela Baixou o nível das águas e Olowu continuou sua expedição. Quando ele voltou, algum tempo depois, vitorioso e com um espólio considerável, novamente encontrou Oxum com o humor perturbado. O rio estava turbulento e com suas águas agitadas. Olowu mandou jogar sobre as vagas toda sorte de boas coisas, as nkan rere prometidas: tecidos, búzios, bois, galinhas e escravos. Mel de abelhas e pratos de mulukun, iguaria onde suavemente misturam-se cebolas, feijão fradinho, sal e camarões. Mas Oxum devolveu todas estas coisas boas sobre as margens. Era Nkan, a mulher de Olowu, que ela exigia. Olowu foi obrigado a submeter-se e jogar nas águas a sua mulher. Nkan estava grávida e a criança nasceu no fundo do rio. Oxum, escrupulosamente, devolveu o recém-nascido dizendo: "É Nkan que me foi solenemente prometida e não a criança. Tome-a!". As águas baixaram e Olowu voltou tristemente para sua terra. O rei de Ibadan, sabendo do fim trágico de sua filha, indignado declarou: "Não foi para que ela servisse de oferenda a um rio que eu a dei em casamento a Olowu!" Ele guerreou com o genro e o expulsou do país. O Rio Oxum passa em um lugar onde suas águas são sempre abundantes. Por esta razão é que Larô, o primeiro rei deste lugar, aí instalou-se e fez um pacto de aliança com Oxum. Na época em que chegou, uma de suas filhas fôra se banhar. O rio a engoliu sob as águas. Ela só saiu no dia seguinte, soberbamente vestida, e declarou que Oxum a havia bem acolhido no fundo do rio. Larô, para mostrar sua gratidão, veio trazer-lhe oferendas. Numerosos peixes, mensageiros da divindade, vieram comer, em sinal de aceitação, os alimentos jogados nas águas. Um grande peixe chegou nadando nas proximidades do lugar onde estava Larô. O peixe cuspiu água, que Larô recolheu numa cabaça e bebeu, fazendo, assim, um pacto com o rio. Em seguida ele estendeu suas mãos sobre a água e o grande peixe saltou sobre ela. Isto é dito em iorubá: Atewo gba ejá. O que deu origem a Ataojá, título dos reis do lugar. Ataojá declarou então: "Oxum gbô!" "Oxum esta em estado de maturidade, suas águas são abundantes." Dando origem ao nome da cidade de Oxogbô. Todos os anos faz-se, aí, grandes festas em comemoração a todos estes acontecimentos.
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25 de abril de 2008

Ogum Yê!


Dia 23 de abril foi dia de São Jorge, que é o orixá Ogum pra nós...E a esse orixá maravilhoso, meu Pai de Cabeça, vencedor de demandas é que eu dedico esse post...Ogum Yê!

"Ogum é um dos mais antigos deuses do Panteão Iorubá, e sua importância é muito grande por sua ligação com os metais e aqueles que os utilizam, pois sem sua permissão nenhum trabalho ou atividade poderia ser possível. Ele é aquele que abre o caminho para todos os outros Orixás.

O sincretismo com São Jorge

Aquele negro que vivia livre pelas terras africanas e se viu privado de sua liberdade, trazido a terras estranhas para tornar-se escravo, via no Orixá Ogum a força para conquistar sua liberdade. Cultuar Ogum passou a ser, para esse povo humilhado, algo de suma importância, pois seria ele quem lhes daria coragem e os ajudará nas batalhas pela liberdade.
A figura do santo católico São Jorge é um homem coberto por uma armadura e portando uma lança com a qual mata seu inimigo, o "dragão". O Ogum era considerado um Orixá guerreiro, mas o senhor branco lhe fazia cultuar o santo católico. Assim,o negro humildemente continuou cultuando seu Orixá sob a imagem do santo, também considerado por eles um grande guerreiro."

-> Texto extraído da Revista Espiritual de Umbanda, número 13
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29 de fevereiro de 2008

Queda


Cair...Se até os anjos caem, por que não iríamos também tropeçar pelo caminho?
Caminhamos em linha reta pela estrada de pedras amarelas e de repente começamos a perceber que as pedrinhas já não estão mais tão reluzentes e ao insistir pela caminhada percebemos que faltam tijolos no caminho...E quando nos tornamos ainda mais detalhistas...Onde está a estrada? Se foi...Como tantas coisas que se vão...
E como tantas outras coisas que jamais lhe deixarão...
Um caminho que se rompeu como um raio que parte o galho de uma árvore numa noite sem nuvens...Começa a se explicar, a fazer sentido...A recomeçar a ser traçado, sem nunca dantes ter sido apagado...Pois como se apaga palavras que não foram escritas a tinta? Mas escritas a alma...
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20 de fevereiro de 2008

Opostos


Ando em meio a um sonho angustiante, um pesadelo outros diriam, mas eu digo que todo pesadelo é sonho, é transformação, nunca o que nos aparece é a coisa em si, ela se esconde por trás de uma cortina de veludo...Veludo Azul? O azul sempre me acalma...
O sonho é como o viver...Um jogo de espelhos, de opostos, imagens por trás de uma janela embassada pela chuva. Esse pensamento me tranquiliza, pois quisera eu realmente que meus sentimentos reais sejam o inverso dos que agora sinto.
É uma dor sublime, é como ganhar asas e temer pairar sobre as nuvens, longe do chão de cristal, tão frágil porém algum dia deram aos meus pés a ilusão de que fosse sólido. Agora eu vejo. Do alto consigo observar que meu chão não era de cristal, mas sim um lago congelado. Perigoso voar, perigoso descer. O sol derreteu o gelo, logo não haverá nem um único sinal do território que um dia me acolheu.
Antes de alçar vôo visto um manto de retalhos...Retalhos de outros, retalhos de mim. Lanço pedaços para longe, onde minha mente não venha buscar durante o sono, mas talvez eu os deixe por lá exatamente para que eu os reencontre enquanto durmo. Acordada só desejo esquecer...que sou uma imagem distorcida de mim mesma e que olhar para dentro de si deve ser letal, já que esta condição nos foi negada.
Eis a hora de adormecer...
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16 de fevereiro de 2008

EVENTO - II Fórum Internacional de Saúde Mental e Direitos Humanos


O Brasil foi escolhido para sediar o próximo Fórum, pela sua tradição em lutas e por ter movimentos sociais bastante fortes e atuantes como o Movimento Nacional de Luta Antimanicomial.

Instituição:
LAPS/ENSP/Fiocruz; GT de Saúde Mental da Abrasco; Gdhis/Fiocruz; Labore/ UERJ; Capsi/UERJ; Centro Teatro do Oprimido (CTO – RJ); IFCS/UFRJ; Espaço Antonin Artaud; Laboratório (UERJ); Clyo Psiche/UERJ; Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro; Crefito 2 - Apacojum

Local:
Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)

Período:
22/05 a 25/05/2008

Informações:
Este Congresso é um dos desdobramentos de uma luta que teve início na época da ditadura militar na Argentina quando as mães de jovens desaparecidos resolveram se unir e lutar pelo aparecimento com vida de seus filhos e filhas.

A proposta é que o fórum possa circular por diversos países e envolver vários atores e experiências a favor da solidariedade e inclusão social das pessoas em sofrimento mental e de luta contra as mais variadas formas de opressão e injustiça.

Pretende-se neste encontro dar continuidade a esse importante espaço de resistência, desenvolvendo diversas atividades onde se possa socializar experiências e potencializar ações.

O II Fórum será constituido por debates que somarão nas possibilidades de transformação, criação e crítica de diferentes pessoas dentro do campo da Saúde Mental e dos Direitos Humanos.

Para maiores informações e inscrições:

Site do ENSP
Ficha de Inscrição
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15 de fevereiro de 2008

Melancolia...


Já que a águia que hoje paira sobre meus ombros é a melancolia, invoquemos então a palavra de Charles Bukowski, o poeta da margem...O MARGINAL como diria o mundo cristalizado...
Adentro agora neste vórtice, ansiosa que ele me tire as vestes decadentes...E não me refiro às melancólicas, mas sim às medíocres que nada combinam com minha vertigem...

"Se na terra há um inferno, deve estar no coração do homem melancólico". (Robert Burton)

Melancolia

A história da melancolia inclui todos nós.

Eu escrevo em lençóis sujos enquanto olho para paredes azuis e nada.

Eu já me acostumei tanto com a melancolia que

eu a recebo como uma velha amiga.

Eu terei agora 15 minutos de aflição

pela ruiva perdida,

eu digo aos deuses.

Eu faço isso e me sinto bastante mal bastante triste

então eu levanto

LIMPO

apesar de que nada

está resolvido.

Isso é o que eu ganho por chutar a religião na bunda.

Eu deveria ter chutado a ruiva na bunda

onde o cérebro e o pão e a manteiga dela estão...

Mas, não, eu me senti triste por tudo:

a ruiva perdida foi apenas outro rompimento em uma vida

de perdas...

Eu ouço a bateria no rádio agora e sorrio.

há alguma coisa errada comigo alem da melancolia.

[Charles Bukowski]
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30 de janeiro de 2008

MEU SONHO


EU

Cavaleiro das armas escuras,
Onde vais pelas trevas impuras
Com a espada sanguenta na mão?
Porque brilham teus olhos ardentes
E gemidos nos lábios frementes
Vertem fogo do teu coração?

Cavaleiro, quem és? o remorso?
Do corcel te debruças no dorso....
E galopas do vale através...
Oh! da estrada acordando as poeiras
Não escutas gritar as caveiras
E morder-te o fantasma nos pés?

Onde vais pelas trevas impuras,
Cavaleiro das armas escuras,
Macilento qual morto na tumba?...
Tu escutas.... Na longa montanha
Um tropel teu galope acompanha?
E um clamor de vingança retumba?

Cavaleiro, quem és? — que mistério,
Quem te força da morte no império
Pela noite assombrada a vagar?

O FANTASMA

Sou o sonho de tua esperança,
Tua febre que nunca descansa,
O delírio que te há de matar!...

[poema de Álvares de Azevedo]
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