
Ando em meio a um sonho angustiante, um pesadelo outros diriam, mas eu digo que todo pesadelo é sonho, é transformação, nunca o que nos aparece é a coisa em si, ela se esconde por trás de uma cortina de veludo...Veludo Azul? O azul sempre me acalma...
O sonho é como o viver...Um jogo de espelhos, de opostos, imagens por trás de uma janela embassada pela chuva. Esse pensamento me tranquiliza, pois quisera eu realmente que meus sentimentos reais sejam o inverso dos que agora sinto.
É uma dor sublime, é como ganhar asas e temer pairar sobre as nuvens, longe do chão de cristal, tão frágil porém algum dia deram aos meus pés a ilusão de que fosse sólido. Agora eu vejo. Do alto consigo observar que meu chão não era de cristal, mas sim um lago congelado. Perigoso voar, perigoso descer. O sol derreteu o gelo, logo não haverá nem um único sinal do território que um dia me acolheu.
Antes de alçar vôo visto um manto de retalhos...Retalhos de outros, retalhos de mim. Lanço pedaços para longe, onde minha mente não venha buscar durante o sono, mas talvez eu os deixe por lá exatamente para que eu os reencontre enquanto durmo. Acordada só desejo esquecer...que sou uma imagem distorcida de mim mesma e que olhar para dentro de si deve ser letal, já que esta condição nos foi negada.
Eis a hora de adormecer...

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