21 de fevereiro de 2011

Inominável

  Queria entender, ah como desejava desvendar a novela que envereda meus sonhos! Aguardo sempre teu retorno, assim como sempre volta aos meus pensamentos em forma de uma doce vertigem, um desmaio que me mantém consciente, e me traz sempre o teu perfume...Tão esquecido e tão presente em minha alma eterna, envolta no véu sombrio do mergulho na carne! Sempre o mesmo frio no estômago, a adrenalina constante como se aguardasse um grande presente, que me arrancasse o vazio da alma como um feto redescobrindo a vida.  Lhe sinto ao meu lado como uma sombra, como uma lembrança impossível de ser apagada nas areias do tempo. Que delírio é este que me consome e me faz aguardar, sempre aguardar o teu retorno, a tua aparição em meus caminhos mesmo que as pedras deste vale tenham me arrancado o último suspiro e esperança? Imploro-te um nome para que eu chame esta loucura sem data e sem destino!





Trilha Sonora:  
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12 de outubro de 2010

Diálogo de Cores

Estava eu lendo uns trechos de Klimt essa noite quando me lembrei de ti.
As palavras, faladas ou escritas, não me saem com facilidade, especialmente quando tenho que dizer algo sobre mim mesmo ou sobre meu trabalho. (...) Se alguém quiser descobrir algo em mim (...) pode contemplar atentamente minhas pinturas e tratar de descobrir através delas o que sou e o que quero". (Gustav Klimt)
Sempre lhe achei um tanto calado, guardado, como que oculto dentro de si. E sabes bem como o oculto sempre me intriga. Mas de repente, não sei por quais motivos depois de tanto tempo Klimt voltou à minha mente e aos meus olhos e percebi que meus ouvidos tão doutrinados ou habituados - e por que não viciados? - em palavras, fecharam por um segundo meus olhos para ver e ouvir...Tuas palavras formadas de imagens, cores e mundos. Sua fala é mais constante e intensa do que a verborragia desse mundo palpável, mas só é possível escutá-lo com a mente, por dentro e não por fora.
Quando fala, desvias sempre o olhar para um ponto. Mas não como quem desvia para fugir, mas sim como quem se transporta. Sempre acreditei que os olhos são as portas da alma, mas eu diria que os seus são portais de seu mundo onírico, tão melancólico e colorido, paradoxal como são os universos da mente, nossos abismos que nos revelam a face que tanto rejeitamos e veneramos. Um lago formado de lodo e lótus. O eu.
Me recordo de quando eu era criança e tinha verdadeira adoração por olhos, recortava-os de revistas e os colava à minha volta enquanto estava sozinha. E sempre os recolhia e guardava em uma caixa quando alguém se aproximava. Pensava eu que minha obsessão fossem os olhos, mas hoje sei que o que me encanta e instiga sempre foi a alma humana.
Vi em tuas pinturas retratos que sempre povoaram minha mente, meus delírios, meus mundos, universos e abismos. E dentre todas as paisagens, sempre preferi os abismos. Além da razão, da vida, da morte e do tempo. Um abismo de cores.
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20 de julho de 2010

Estrela-Guia

O tempo que nos mantém presos ao chão nunca sabemos, assim como nunca sabemos todas as terras em que pisamos.  E o que nos importa o tempo, quando o melhor de tudo que vivemos fica tatuado em nossas almas para sempre? E um corpo novo nos traz de volta as sementes de amor que plantamos na eternidade. E essas sementes não morrem jamais, pois resumem a melhor essência de todos os deuses.
Batalhas todos temos, mas as mais terríveis  são as que enfrentamos todos os dias dentro de nós, lutando contra nossos próprios erros e ilusões, pois nossos piores inimigos somos nós mesmos. Assim, como somos também nossa única verdadeira redenção. E nos erguemos do lodo de nós mesmos, quando permitimos que a semente do amor  brote e renasça todos os dias, durante toda a eternidade.
Amo-te hoje e sempre, que as águas das quais pertenço possam sempre saciar sua sede em suas lutas internas e que minha estrela  possa sempre guiá-lo nos dias de escuridão. Que meu amor seja sempre a tua estrela.
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1 de abril de 2010

O Gato Preto

Abençoado seja nosso Divino Criador, que nos permite dia após dia refazermos e curarmos as chagas de nossas almas através da reencarnação e dos constantes passos que damos rumo às nossas evoluções ou pelo menos rumo ao ato balsâmico de amenizar nossas dívidas e pesares consciênciais.
Por mais atormentador que possa ser e muitas vezes parecer, é de extrema importância o fato da aproximação de alguns desafetos de nossas vidas passadas. Muitas vezes nos revoltamos, e questionamos os motivos pelos quais Deus, nosso Pai Olorum, permite que eles se aproximem de nós. Mas enfim, o que nos esquecemos é que nossas almas são grandes fontes de Mistérios, labirintos estes nos quais nos perdemos devido às ilusões que nos aprisionam na matéria e em suas formas corrosivas.
O que me acontece no último ano, ou talvez mais do que isso, é que eu costumava ver perambulando pela minha casa alguns gatos pretos que definitivamente não estavam lá materialmente. Abro parênteses para citar que tenho um gato preto em casa que é meu bichinho de extimação e muitas vezes busquei acariciá-lo pelos corredores quando o avistava nas madrugadas em que me levantava para beber um copo d´água. E quando eu tentava tocá-lo, não havia nada palpável por ali. Muitas vezes até despertei durante a noite e ao olhar para a beira de meu leito vi ali o bichano quieto, só me observando com um brilho avermelhado em seus olhos. Não sei explicar o por quê, mas medo nunca senti diante disso.
Ontem, em torno das 19h30 eu senti como me acontece muitas vezes, um sono incontrolável e adormeci em torno de 40 minutos segundo o relato de minha irmã, mas que na verdade para mim tinha o impacto de horas sob um sono pesado.
Sonhei em minha casa, que no sonho parecia um pouco maior, com algumas salas a mais rodeadas por portas de vidro. Mas enfim, minha mãe estava conversando com minha tia na varanda e eu sentada no chão embaixo de uma penumbra e me colocava durante o sonho a brincar com meu gato. Mas de repente, eu estava cercada por gatos pretos e eles me mordiam, eu sentia-os mastigarem minha pele, mas não me causavam desespero. O que me atormentava era o fato de pedir ajuda à minha mãe e ela não me ouvir, pois minha voz pouco saía. Mas de repente os gatos não eram muitos, mas somente um, do qual eu fugia insistentemente e já me irritava tal perseguição. Eu reconhecia naquele animal, um espírito atormentado e não entendia as razões pelas quais ele me perseguia tanto. Tentei esmagá-lo em forma de gato com minhas próprias mãos, sentia até mesmo seus ossos se partirem. Mas nada, ele continuava perseguindo-me. Até que me cansei e soltei minha saudação aos Exus. Laroye! eu gritei, chamando o Exu Caveira, que trabalha com minha mãe. E na verdade eu não entendi porque ele não se livrava do animal quando eu assim lhe pedia, dizendo que poderia fazer o que quisesse com o bichano encrenqueiro. Diante disso, coloquei-me a indagar o animal-espírito sobre com qual de meus exus ele gostaria de trabalhar. E ele a todos se negava. Até que diante de minhas indagações ele me disse que gostaria de trabalhar com o Exu Caveira, que ali estava.
Logo após essa frase, o Exu se aproximou dele e assim lhe disse: - Pare com isso, homem! Ela não se lembra de você! Ainda não está preparada, então não é hora para você se despedir. Ela não se lembra, como sentiria saudades?!
Eu ali estava sentada, ao ouvir aquele diálogo comecei a chorar um pranto doloroso em meu sonho-recordação, onde compulsivamente chorava uma dor que não sabia explicar e via então, a verdadeira face, a que me lembrava ao menos, daquele espírito diante de mim que tanto me perturbava em sua forma-ilusória de felino. Eu o vi em memórias distantes, sendo açoitado e muito machucado por homens numa forma de prisão-porão que não pude identificar onde e os por quês. Mas me doíam, como me doía a alma vê-lo naquele estado. E só consegui lhe perguntar: - O que eles fizeram com você?!
Foram estas minhas últimas palavras naquele sonho antes de abraçá-lo numa dor sem fim. E o que lhes digo desta mais uma experiência, é que temos abismos e mistérios em nossas almas, coroadas de dor, erros, amor e remorso. Não julguemos nunca aquele que se aproxima de nós com a permissão de Deus, para sanar as muitas feridas de nossos passados. Mas que possamos bendizer cada oportunidade como essa, orando ao nosso Criador e aos sagrados regentes celestiais - nossos Orixás - que nos dêem força, amor e brandura para perdoar e sermos perdoados.

Que assim seja! Que Deus nos ampare em seu Infinito Amor e Misericórdia...Hoje e para todo o sempre.

...e uma frase que me toca a alma, de uma canção de Renato Russo assim diria: "...o sândalo perfuma o machado que o feriu."
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30 de março de 2010

Medo

O medo. Palavra tão pequenina e tão intensa em suas consequências.
Dizem que os olhos são a janela para a alma, mas eu diria que se eles são de fato as janelas, o medo é a porta da frente. Mas não são somente aqueles que nos tem afeto e júbilo que nos espreitam, buscando fendas e fraquezas em nossos ossos e essência.
O medo congela nossos sonhos e objetivos, nos condena ao buraco negro do pessimismo nos fazendo parar, justificando incessantemente os por quês de não lutarmos. Ele é a chave que entregamos livremente àqueles que sorriem diante da hipótese de nossa queda. É a corda, que puxamos das nuvens, amarrando-as em nossos pescoços sob o pretexto de pára-quedas para nosso salto perante o abismo.
Mas como seria a queda daqueles que nem mesmo aprenderam a engatinhar nas entranhas de seu próprio eu? A queda é uma ilusão. Uma pausa e nunca um retrocesso.
Conhece-te...Encare teus próprios medos e saiba distingui-los dos medos alheios quando eles baterem em seu coração buscando morada, impedindo-lhe de degustar a primavera por receio das chuvas.
Que teu coração só possua o que lhe pertence, que teus medos sejam sempre seus, pois só você tem a chave para destruí-los...
Vá...e feche a porta.
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24 de janeiro de 2010

@Rosa do Lodo

Foi observar o horizonte junto ao topo das árvores e seus pés já não tocavam o chão.
Com os braços erguidos e as pontas dos dedos simulando tocar as estrelas, feito vagalumes a cintilar em um sorriso que ignora suas recordações.
Ao vento suas lembranças bailando como um álbum de fotografias em suas canções que lhe marcaram feito cicatrizes.
Seus olhos úmidos no ar que não havia sereno, interrompidos por cipós lamacentos a envolver-lhe as pernas como que buscando resgatá-la de seus castelos de sonhos. Aqueles olhos. A aparência rude e séria que nenhuma palavra vertia, mas era suficiente para que ficasse atada ao chão. Mas eram lágrimas de sangue agora a escorrer daquela face assustadora e sombria, mas que tanta ternura lhe causava.
Presa em suas vestes, ergueu a negra taça de onde recolheu em seu olhar de mistério as lágrimas sangrentas. E ao tocar-lhe os lábios sugeriu um brinde e ao gargalhar foram estas as palavras ditas naqueles lábios rubros de sangue: "-Brindemos, companheiro de longas caminhadas, pois não é sempre neste vale de sombras em que vivemos, onde as lágrimas recolhidas sejam de saudade e afeto. Há tanto tempo que não degustamos outro sabor além do ódio e do peso do tempo que nunca passa e dos erros que nunca se apagam." (...)
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8 de novembro de 2009

Sonhos e reflexões...

Hoje tive mais um daqueles sonhos que sei que não é sonho, mas avisos e reflexões do mundo espiritual que devo usar para melhorar minha vida e a mim mesma. Mas hoje fiquei surpresa por ter sonhado com o orixá Oxumaré, que é o Senhor da Serpente, dos ciclos da vida e procura nos alertar a nos livrarmos de mágoas, ódio, raiva, vingança...sentimentos todos estes opostos ao sentimento mais nobre e belo que existe, o Amor. Contarei meu sonho e logo em seguida escrevo sobre o recado que este sonho me passou...Prossigamos então, pelas estradas do onírico...

Comecei sonhando com o pai de santo de candomblé da minha mãe, que foi feito no jeje...Mas ele estava vestido de mago e me dava de presente uma serpente branca, mas um branco leitoso e como se fosse feita de energia e não de matéria...Eu perguntava a ele como eu falaria com ela, já que não sabia como fazer. E ele me dizia que eu deveria descobrir sozinha como fazer isso. No entanto, eu a pegava e olhava profundamente em seus olhos e sua alma entrava em sintonia com a minha e então ela vinha até a mim espontâneamente e subia em meus braços. Então, eu pegava uma espécia de recipiente em forma de ovo, que era feito de vidro e ela deveria entrar neste recipiente para repousar. Mas enquanto ela entrava, eu deixei de vê-la como serpente e parecia que ela tinha traços de gato, de ave ao mesmo tempo e isso me causava repulsa e acabei me desconcentrando e então, ela assustada com minha reação, cravou suas presas em minha mão, mas isso não me incomodava. Perguntei ao pai de santo se havia algum problema por ela ter me mordido, e ele me perguntou como ela estava quando fez isso e eu lhe disse que ela estava com medo.Então, naquele momento ele me disse que o medo era um sentimento negativo, naquele momento então usei minhas mãos para retirar o veneno de minha pele e quando ele saiu, se parecia com um pó esverdeado que se desfez no ar...Mas naquele momento, havia uma mulher sentada próxima de mim e senti que ela me injetava algum veneno, mas ao olhar pra ela eu sabia de onde vinha aquele veneno e lhe dizia: "- Mandarei este veneno de volta!" Mas ao lhe dizer aquilo senti que eu mesma me envenenava ao ficar correspondendo ao ódio com ódio.

De repente, estava em outro lugar um grande salão que não havia teto e se podia olhar o céu, nisso eu trançava longas cordas coloridas que eu sabia que cada corda daquela era uma mágoa, raiva ou ódio que sentia por alguém em todas minhas vidas...Refleti no momento, ao olhar pra cima e ver que as cordar coloridas formavam uma grande e imensa árvore de cordas coloridas, me surpreendi e me envergonhei e disse pra mim mesma: - Nossa, mas existem coisas aqui que se foram há tanto tempo, tantos milênios, pra que vou continuar mantendo tudo isso? E no momento que disse aquilo, levantei minhas mãos e fui destrançando todas as cordas e elas iam se desfazendo e choveria cordas do céu até ao chão...Mas sorri naquele momento e com as mãos erguidas, disse palavras para que aquelas cordas se transformassem em doces e caíssem para todas as crianças e pessoas que estavam no outro salão assistindo a uma espécie de palestra...Fui chamá-las e os doces caíam, junto de flores numa chuva colorida e bela...Haviam adultos e idosos que acham bonito, mas estavam envergonhados, então joguei doces em suas mãos...e a paz parecia reinar naquele instante.
Este foi meu sonho, Oxumaré é o Senhor das Serpentes, o Senhor do Arco-Íris, por isso a cobra e as cordas coloridas...Ele estava me alertando de que minhas mágoas, meu ódio e vinganças contra pessoas que me machucaram só enrolariam minha vida e se transformariam em laços de mágoas que não teriam fim e que me envenenariam...Me aconselhou que eu devo voltar a ser criança, levando a vida de forma leve, sem dores e vinganças, transformando minhas mágoas em doces e minhas dores em perdão...Realmente o ódio e as mágoas têm me aprisionado em mim mesma e tenho me sentido sozinha e cansada de tudo...O que mais quero é me livrar de tudo isso, seguindo este doce conselho do orixá sagrado, Oxumaré...Que nos dê paz, força e luz para vencermos a nós mesmos em nosso caminho de evolução...E em agradecimento, deixo a saudação de Oxumaré em yorubá para que possamos sentir a energia colorida desse orixá amado... Arroboboi! Paz e Axé...

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5 de outubro de 2009

Maresia

Ouço o mar que me chama ao longe, sempre a mesma praia a cantar meus sonhos... Mas são teus olhos que busco ao horizonte. Sempre teu olhar que me falta, que queima minha pele em um fogo de ausência como se nada me fosse suficiente, como se tudo fosse ainda pouco se eu não puder repousar a face em teu corpo. E como explicar em letras fixas, um sentimento abstrato e imenso, capaz de superar o Tempo, o glorioso legislador de todas as eras?
Mas não, meu oceano, não se extinguiu a espuma de suas águas nem o doce mel de teus amores em meus lábios, que sempre te aguardaram como a espera de um grande presente divino. Néctar dos deuses, eis o verdadeiro sabor dos amores que não se extinguem!
Caminho lentamente por entre a areia, com medo talvez de que minhas pernas se dissolvam ao toque de tuas águas e eu já não possa mais sair, somente submergir inerte e entorpecida nos teus encantos venenosos que me aprisionam e me libertam...como um vício!
Ah meu banquete de amor eterno, não deseje você incitar os meus vícios!! Ou seremos nós um oceano de entorpecimento...e delírio.
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24 de agosto de 2009

Rosas vermelhas

Entre meus dedos uma taça de vinho e em minha alma cicatrizes que brilham sob a luz da lua...Ah fogueira minha, ilumine minhas dores e me coroe de flores nesta dança que me eleva acima das tempestades com a ponta dos pés!
Envio meu sorriso aos pássaros para que plantem no céu anil mais uma estrela e ainda busco minha pérola sagrada neste baile de máscaras. Ah máscaras de carne, como sois todas iguais em seus olhares de granizo! Te envaideces por gerar fontes de lágrimas, mas supremo e divino de fato é aquele que se torna capaz de gerar fontes de bálsamo, cachoeiras de amor e mares de doces lembranças...
Se não me reconheces, cavalheiro, neste denso oráculo da eternidade...basta que me observes dançar em volta da fogueira com o olhar nas estrelas e com a lua a me fazer brilhar nesta noite eterna...Não me conte as cicatrizes, mas sim as rosas de meu jardim...Pois terás uma para cada dia em que te busquei nestes dias sem fim, para que pudesse ressuscitar meus sonhos e relembrar-me o significado do mantra felicidade.
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8 de agosto de 2009

[des]pedaços

E ela caminha vagarosamente enquanto seus pés tocam o mármore. E o frio já não sente, tudo se torna morno quando se gera na alma uma fonte de gelo. O olhar fixo a deslumbrar o nada, desejando que tudo apodreça nesse cadáver de teatralidades que chamam de mundo. E que sua alma apodreça eternamente como seu corpo, este marionete de suas imoralidades.
E nas trevas de suas dores, só o eco do vazio.
As divindades se tornaram pagãs e as emoções são folhas jogadas ao vento, em suas cores macilentas, feito peças de um quebra-cabeça que se perdeu em zilhões de pedaços microscópicos...tais como germes, vírus enfraquecidos que já não são mais capazes de infectar com a doença amor os bonecos de gesso.

Ouvindo: Hungry Lucy - A girl alone
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