19 de junho de 2009

Cacos de vidro

raiva impaciência falta bebidas torpor vertigem frio medo palavras avulsas música placebo requiem sonho morte vida mar luz torpor correria indiferença
Estou batalhando contra quem? Meus pés não tocam o chão, mas mesmo assim posso sentir o mar em meus dedos, tocando a minha pele com sua espuma fria e me mostrando como a vida é instável como o balançar das ondas. Como foi seu dia? Perguntam-me...e o dia ainda nem terminou. Como saberei? E dessa forma, por que desejo tanto saber como será o amanhã?
Desejo...Ainda sinto o toque da bebida em meus lábios e já faz algum tempo que não sinto mais o seu torpor. Ah delírios! Já não sei mais o que significa a palavra fria e dura como gelo: realidade. Mas a sinto como algemas a tentar aprisionar meus pés no chão de areia movediça...e quero quebrá-la, rompê-la com meus dentes...E gargalhar delirante ao dizer: devorei-te ó realidade, digeri sua essência em meu estômago de sonhos!!
Mas ainda sinto seus olhos de gelo tocarem minha pele invisível e dizer que o dia foi corrido, como se isso justificasse o esquecimento...das coisas que não existem...Pausa.
E sinto o calor que ainda existe feito fogueira no interior dos que sonham, que gritam em instrumentos mudos seu mundo de caos onde nada permanece porém...toca.
Pobre ser, ó insensato...tão vivo, tão sóbrio, tão prostituído s[em] suas ilusões.

vem...iluda-me, entorpeça-me e vá...já que o possuir não adentra seus domínios e minha pele é feita de água salgada, onda viva, que queima como fogo...teus mosaicos musicais.

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