18 de março de 2009

Espera

Hoje vou começar com meu joguinho de palavras de associações livres, buscando que se esclareça um pouco o caos...ou não.

febre calma dor paz dança luz trevas caminho multidão fluorescente sentimento vazio nervosismo pena cansaço sono medo insônia solidão vaga fila desprezo branco prepotência danos morte indiferença déja-vu memórias cama comida fome lança política lei rua manchas doença meu ontem amanhã sutileza mendicância lama concreto sangue olhar livro faca choro lenço limbo languidez chuva sede falha fuga sentido
É preciso encontrar um abrigo de nós mesmos, uma fuga insensata e insana que nos traga a distância do contato, da pele profunda feita de músculos, sangue e fel. A máscara verdadeira, porém a menos bela e harmoniosa que nos delata diante de nós mesmos, os piores algozes, eternos inquisidores, fábricas de dúvidas infinitas.
Ó meu corvo vingador, anjo de aço e veneno que me olha com este semblante tão frio e me queima no desejo do absurdo! Teus soldados de concreto e vazio perambulam na tarde errante, com seus alfanjes nas mãos, prontos a decapitar os homens-pedra que vagam em seus caminhos. Esbarram na foice e não enxergam a lança. Não me viram, porém olharam fixamente como que buscando...o nada. Senti o frio de suas peles, o cansaço do tempo sempre tão carregado de memórias, a dor da espera, o asco, o medo do contágio, a respiração sufocada, o suspiro intolerante, o perambular de corpos que não se tocam, se odeiam, apenas.

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