27 de outubro de 2008

Solidão

"Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência!

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade!

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio!

Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe
compulsoriamente... Isto é um princípio da natureza!

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância!

Solidão é muito mais do que isto... SOLIDÃO é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma."

[TRECHO DE UMA ENTREVISTA DO CHICO BUARQUE, ONDE ELE DEFINIU "SOLIDÃO"]
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10 de outubro de 2008

10 Outubro - Dia Mundial da Saúde Mental!!

Dez Orientações Tendenciais Para uma Nova Klínica
Para desenvolver uma klínica do klinamen e da diferença, quer dizer, do desvio inventivo, e não uma clínica-padrão clinos passivo, com algumas variedades codificadas, é preciso criticar e recriar todas as suas dimensões.
É recomendável adotar um paradigma clínico prevalentemente ético, estético e político, ou seja, artístico, em lugar de um prevalentemente científico e/ou místico, ainda que estes últimos não estejam radicalmente excluídos.
É recomendável gerar e aplicar incessantemente uma teoria transcognitiva, exposta em discursos e semióticas variáveis, que seja capaz de dar conta da universalização de singulares e não da generalização de particulares.
É recomendável que essa teoria seja inseparável de intervenções guiadas mais por logísticas, estratégias, manobras e táticas páticas que por métodos e técnicas racionalizadas.
É recomendável a crítica e reinvenção contínuas da profissionalidade e da especificidade que haverão de tender a se tornarem cada vez mais modalidades de heterogêneses e de militância, involucrando a multiplicação dramática dos dispositivos de teorização e de intervenção. Trata-se de definir a prevenção como uma aliança para a plena realização da Vida, os transtornos como dificuldades existenciais, o tratamento como a atualização das virtualidades de que se dispõe e a reabilitação como a transmutação crítica dos mundos aos quais se pertence.
É recomendável que os dispositivos e recursos teóricos sejam empregados prevalentemente em sua dimensão pragmática, e que os agenciamentos interventivos se aproximem cada vez mais dos âmbitos e práticas da cotidianidade do trabalho, da educação, do lazer, etc.
É recomendável que os prestadores de serviços e os usuários dos mesmos se beneficiem constantemente de uma atenção igualmente ativa e recíproca no processo klínico, sendo que o mesmo tenderá a ser cada vez mais coletivo, menos especializado e hierarquizado, assim como mais incorporado à existência diária.
É recomendável que se assuma que só estamos “enfermos” porque os ubíquos processos polimorfos de exploração, de dominação e de mistificação nos fixam em identidades e funções necessárias para a vigência de tais processos. Para poder “desmascarar-nos” dessas fixações, é preciso devir e acontecer infinitos “outros” (naturais, sociais, subjetivos e maquínicos) inumeráveis modos de forma e substância, conteúdo e expressão.
É recomendável enfatizar que o processo produtivo do qual somos parte é onipotente e inesgotável e que o mesmo está coartado, reprimido, acelerado ao infinito, ou capturado, ou recuperado, pela reprodução e pela antiprodução, cujos modelos dominantes são o Estado e o Mercado, dos quais somos peças. Assim, dito em um sentido muito amplo e polivalente, klínicos serão todos os procedimentos destinados a liberar-nos desses modelos dominantes para re-singularizar-nos continuamente.
É recomendável ter em conta que todas as operações próprias do processo de produção podem entender-se e protagonizarem-se como dramatizações. Dramatização está aqui dito como sinônimo de todas as modalidades inventáveis de devir como realidades e de acontecer como sentidos drasticamente novos. Nesta acepção, dramatizar pode entender-se como inventar e inventar-se, produzir, revolucionar e... por que não?.... Klinicar!
Da profissionalidade e das especificidades, que tenderão a se tornar cada vez mais modalidades de heterogêneses e de militância, involucrando a multiplicação dramática dos dispositivos de teorização e de intervenção. Trata-se de definir a prevenção como uma aliança para a plena realização da Vida, os transtornos como dificuldades existenciais, o tratamento como a atualização das virtualidades de que se dispõe e a reabilitação como a transmutação crítica dos mundos aos quais se pertence.
É recomendável que os dispositivos e recursos teóricos sejam empregados prevalentemente em sua dimensão pragmática, e que os agenciamentos interventivos se aproximem cada vez mais dos âmbitos e práticas da cotidianidade do trabalho, da educação, do lazer, etc.
É recomendável que os prestadores de serviços e os usuários dos mesmos se beneficiem constantemente de uma atenção igualmente ativa e recíproca no processo klínico, sendo que o mesmo tenderá a ser cada vez mais coletivo, menos especializado e hierarquizado, assim como mais incorporado à existência diária.
É recomendável que se assuma que só estamos “enfermos” porque os ubíquos processos polimorfos de exploração de dominação e de mistificação nos fixam em identidades e funções necessárias para a vigência de tais processos. Para poder “desmarcarar-nos” dessas fixações, é preciso devir e acontecer infinitos “outros” (naturais, sociais, subjetivos e maquínicos) inumeráveis modos de forma e substância, conteúdo e expressão.
É recomendável enfatizar que o processo produtivo do qual somos parte é onipotente e inesgotável e que o mesmo está coartado, reprimido, acelerado ao infinito, ou capturado, ou recuperado, pela reprodução e a antiprodução cujos modelos dominantes são o Estado e o Mercado, do qual somos peças. Assim, dito em um sentido muito amplo e polivalente, klínicos serão todos os procedimentos destinados a liberar-nos desses modelos dominantes para re-singularizar-nos continuamente.
É recomendável ter em conta que todas as operações próprias do processo de produção podem entender-se e protagonizarem-se como dramatizações. Dramatização está aqui dito como sinônimo de todas as modalidades inventáveis de devir como realidades e de acontecer como sentidos drasticamente novos. Nesta acepção, dramatizar pode ser entendido como inventar e inventar-se, produzir, revolucionar e... Por que não?.... Klinicar?
Texto de Gregório F. Baremblitt
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9 de outubro de 2008

Zombie Land

Eis um daqueles dias [ontem] que se acorda sem entender e se vai dormir entendendo menos ainda...O típico dia em que acordo tarde, querendo não sair da cama e me lastimando por ter saído...
E o belo ritual paulistano, metrópole desenfreada, todos correndo sem saber em direção a que, porque o caminho já está tão automatizado no mental que nem se repara, típico Zombie Walking...e pior, sem um Johnny Walker pra estimular a caminhada. Um frio daqueles, totalmente no sense em plena primavera, com uma garoa fina pra coroar o gélido das relações.
Chego em horário de pico no metrô Anhangabaú como de costume, a fila imensa parece um rebanho de gado indo pro abate ou tentando abater quem está na frente do percurso, lá dentro a adrenalina de sempre, arrastão pra dentro do metrô...E foi mesmo empolgante tentar descer numa estação e não conseguir e só conseguir depois de 3 estações da que eu desejava, tendo que voltar todo o percurso, pra só então fazer baldeação pra chegar no meu destino...E a minha paciência até que anda muito de Jó...Pressa pra quê? Não mesmo, vou andar um passo de cada vez e ver aonde a vida me leva ou eu consigo levá-la...
Mas enfim, impera o vácuo que não consegui desvendar e aguardo até ter alguma resposta...pra ver se arranco de cima da minha cabeça estes pontos de interrogação que mais parecem urubus famintos...É, concordo que não estou de muito bom humor...confused
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3 de outubro de 2008

...na estrada de tijolos amarelos


Não há vítimas. Somos sempre senhores de nossas próprias vidas, temos nossas escolhas e nosso livre-arbítrio de seguirmos um caminho e não outro. E o peso nunca é maior do que temos capacidade para carregar. O difícil é o trajeto, o processo, o aprender a ver a vida e as pessoas de outras formas, inventar mil formas de vivenciá-la, buscar forças não lá fora, mas sim dentro de nós. Pois eis nosso caminho, nossa vida e nosso destino e ninguém pode vivê-lo por nós. Seremos sempre anjos e/ou algozes de nós mesmos...E a guerra mais árdua de se vencer, não é aquela cujos inimigos estão fora, mas sim aquela onde os inimigos estão dentro. Que saibamos a vencer a nós mesmos, antes de erguermos nossos olhos prepotentemente contra um outro...evil
Não vou deixar de sentir, não vou sair por aí procurando um coração como se fosse o homem de lata, eu já tenho o meu e é ele quem eu levarei pra passear em minhas andanças, uma hora ele me guia, outra eu digo a ele que trajeto seguir...E nos complementamos, mente e coração, corpo e alma, fogo e água...
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