24 de agosto de 2008

Digitais.

Comparações. Eis um termo que não deveria ser utilizado por nós, por que é tão difícil compreender que somos únicos e que toda comparação que possamos fazer de nós mesmos em relação aos outros, é um grande erro?!
Somos envolvidos por um véu de esquecimento sobre quem realmente somos, ao emergirmos da água lançamos um grito, o primeiro grito. Talvez para anunciarmos que estamos vivos e que fazemos parte desse mundo, ou então, simplesmente porque comparamos os ambientes, dentro e fora d´água. E o novo quase sempre é identificado como negativo, pelo menos a priori.
Somos marcados pelo mundo, mas também nele deixamos nossas marcas, mesmo que muitas vezes pequenas. Mas pequenas, a partir de que ponto de vista? Tamanho, tempo, ritmo, são meras comparações.
Somos ondas no mar das diferenças, ora seguimos o mesmo caminho, ora nos debatemos uns contra os outros, mas mesmo que nossos corpos se dividissem em mil pedaços, se fundissem, multiplicasse, jamais deixaríamos de ser quem somos. Unicidade. Um único que não permanece, uma eterna mutação, a Dinâmica da Vida.
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9 de agosto de 2008

Bolinhos de Bebês

Bom, vou postar esse trecho que plagiei da perfil de orkut de um amigo, porque achei GENIAL e porque eu achei SUPER clima de Dia dos Pais...Lá vai:
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Alguns anos atrás, todos os animais foram embora.
Acordamos uma manhã e eles simplesmente não estavam mais lá.
Nem mesmo nos deixaram um bilhete ou disseram adeus.
Nunca conseguimos saber ao certo para onde foram.
Sentimos sua falta.
Alguns de nós pensaram que o mundo tinha se acabado, mas não tinha. Só que não havia mais animais.

Não havia gatos ou coelhos, cachorros ou baleias, não havia peixes nos mares, nem pássaros nos céus. Estávamos sós.
Não sabíamos o que fazer.

Vagueamos por aí, perdidos por um tempo, e então alguém observou que, só porque não tínhamos mais animais, não havia motivo para mudar nossas vidas. Não havia razão para mudar nossa dieta ou parar de testar produtos que podem nos fazer mal. Afinal de contas, ainda havia os bebês.

Bebês não falam. Mal podem se mexer. O bebê não é uma criatura racional, pensante.

Fizemos bebês. E os usamos. Alguns deles, comemos. Carne de bebê é tenra e suculenta. Esfolamos suas peles e nos enfeitamos com elas. Couro de bebê é macio e confortável.

Alguns deles, usamos em testes.
Mantínhamos seus olhos abertos com fitas adesivas e pingávamos detergentes e shampoos neles, uma gota de cada vez. Nós os marcamos e os escaldamos. Nós os queimamos. Nós os prendemos com braçadeiras e plantamos eletrodos em seus cérebros. Enxertamos, congelamos e irradiamos.

Os bebês respiravam nossa fumaça e, na veias dos bebês, fluíam nossos remédios e drogas, até eles pararem de respirar ou até o sangue deles não correr mais.

Era duro, é claro, mas necessário.
Ninguém podia negar isso. Com a partida dos animais, o que mais podíamos fazer?

Algumas pessoas reclamaram, claro. Mas elas sempre fazem isso.
E tudo voltou ao normal. Só que...
Ontem, todos os bebês se foram.
Não sabemos para onde. Nem mesmo os vimos partir. Não sabemos o que vamos fazer sem eles.

Mas pensaremos em algo. Humanos são espertos. É o que nos faz superiores aos animais e aos bebês.

Vamos bolar alguma coisa...

NEIL GAILMAN
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